enrascadas afetivas, transas babilônicas, vazios insuperáveis.























- por que tudo foi ficando tão demodê, minha gente? - por que foi tudo ficando tão passageiro?



tranco três portas. encosto duas. o vento de junho bate o resto. o amor, o mar, o sertão, não param de me procurar nos objetos do dia, nos vídeos abertos ao acaso, nas caixas de memória, nas balas de rolagem. tudo que abro são nada mais que labirintos. escrevo, escrevo, cavuco terras, sopro poeira vez em quando. faço loucuras, bobagens, travessuras. sou feliz e triste, quero e não quero, sou sem saída vez em quando.







molho as plantas para ficar tudo bem, tudo muito bem. águo os caminhos. faço furos, pulo para descer a água e lavrar-me. afundo uns personagens, termino histórias antes de terminá-las. vou dando ponto na vida feito bordasse ela. com as mãos bordo fio de tempo, com a boca faço desenredo. ponto e vírgula. ponto e vírgula. ponto e vírgula. melhor - molho e durmo - pingo poesia pra no sonho caminhar melhor. daí voltam os amores que não param de me procurar. nos objetos, nas canções, nos escritos urbanos. num envelope que cai no meu colo sem querer e se gasta noite afora. é rígido o sistema de vida e morte do amor. é rápido é ríspido.

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