foi assim que eu escrevi o livro em cena aberta. peguei o papel enquanto o computador não abria. mas o fluxo do texto não cessava de escorrer. e eu ali me derramando, e eu ali amparando o verbo no papel. a luz da tela iluminando parcamente a escritura. e da ponta da caneta que nada tem a ver com a separação mão peito coração estômago vísceras da ponta da caneta eu toda desalinhando-me.

o computador avisa que ligou.
estou stoned, estou pedrada. paro, por isso.

quando você diz você é?

me pergunto parando durante muitas horas e mergulho num tempo de dúvidas que paralisa a minha narração. emudeço com a cabeça uma babel.

edith entra no quarto batendo portas. o texto é o mesmo. que eu preciso voltar para os personagens, que eu tenho que parar dessa historinha de narração em cena aberta, de fluxo de consciência, de corpo-narrativa.

esmaeço

não tenho tempo pra brigar uma hora dessas. já tinha estancado o texto na dúvida.

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