ogum me pediu fogo, me cutucando com um remo. eu disse que me deixasse quieta, que eu estava em outra. junto da morte de um amor, afogado, um pulso interrompido, um coito. jorge tinha levado tudo pra aiocá, tudo que era nosso, nosso pequeno e denso inventário afetivo. uma rede de metáforas que poucos saberiam um dia, caso eu não escrevesse. um troço que revivo na narração. vida, que escrevo com ela. sopro, que embaralha uma memória gráfica. um ardor. paro um pouco para sentir e não sinto mais nada. numa bolha inteira estoura uma solidão. ela me refresca. e não corro.

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