a meninha ruiva me leva para passos de memória revividos nas canções de juventude. fones de ouvido, perdida, vi andante. um novelo, um bolo de sentimentos revividos na voz dele, me cantando sem parar um velho novo disco. tinha se tornado mais arrogante, embora doce ainda, rural, tinha andado sumido de mim, do meus trajetos, roque. muito só, sem muitos medos mais, além dos que já soubesse. coisas que eu nunca mais tinha escutado, mas que sabia, eu também, cantar. roque senta-se afastado, pede uma cerveja e um copo. fecha as portas imaginárias do seu setor. me aproximo do vidro e escrevo que era só mais um adeus, nada mais. estilhaço-lhe. depois faço um muro feito eu fosse ilha. eu e ele. escuto repentinamente, coisa de segundos depois, um toc toc, mas aí já tinha me blindado toda. blindado a minha ilha. repito algumas palavras para enfatizar que a vida das ilhas volteia, na aridez do sertão. três dias apenas seria suficiente para eu recobrar a força que herdei daquela utopia. manobras para solidão, vaga de garagem. estaciono um pouco, saio do automóvel. parar ààààs vezes é bom. desautomatizar a digitação. eu tinha aprendido naquela ilha onde naufraguei um dia com roque, eu aprendi a desaparecer com o vento, a parar de co-mover-me.

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