ele me peguntou por que este tom soturno? eu justifiquei, porque eu imaginei. tanta gente nos atravessa, nesse verão, meu amigo, ele disse, que tudo, neste fim de noite, parece muito, muito soturno. eu perguntei por que, disse que não entendia, que ainda tinha amor no peito, sim era de se ter vergonha de uma coisa dessas, mas, sim, eu tinha amor, eu sentia saudade, eu amava o mar. oxente, oxente, eu dizia, quem não sabe disso, pare, pare com isso de me fazer desconfiar desses que me ouvem, que me leem. oxente, se me leem. take the risk. nunca verão como é mesmo este quarto, este som, esta luz. estão, sim, todos vocês estão guiados pela minha voz- qualquer guia da narração que faz o imaginário tão menor de grande. ai que preguiça ter que ouvir parágrafo por parágrafo. ai que delicia ser só nessa multidão dos cardumes de verão. ah, ora, então.vá você se ocupar de outra coisa que não a leitura dessa radiola. bpm, ora vá. o disco quer virar. uma preguiça de enxugar um dia. enxugar, sabe?
- vou já.
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