uni ver cidade de bras ílha


universo de barro. sertão. aquela luz laranja. enterrar um desatino, um dissabor. um gostinho de terra na boca resta. curar uma agonia. dessas, de ser   tão. cruzar com a paz do silêncio imenso que diz a terra vermelha. de barro. oca.
seu oxossi vive aqui, nos galhos nus.

no tempo da seca
o mais tátil e tácito
de todos

é tempo de ipê rosa coral
depois de um amarelo lima
que ainda resta
tempo

me sento embaixo do ipê
muitas horas.dur a ção

as flores caem feito chuva.
e de repente, uma ilha
ao redor

há e não há bordas, aqui.

o céu, do horizonte do plano, rompe, destrói a maquete e se faz infinito.
e a gente junto.
o deserto, o decerto.
tudo aqui é muito nu

imenso > pros lados

tudo muito pele
da casca das coisas
da gente, junto.

o chão, íntimo. as painas nos chamando para voar. leve.
a seca.
e o roque.

porque há muito silêncio é que se escreve aqui. urgente. por isso o sertão.


a história é minha, camarada.
e a travessia não para
nunca.  

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