tá no volume máximo e eu peço que ele aumente um pouco. é que sofro de dengo, digo aos reflexos dos vidros que abrigam seus olhos oblíquos feito caracol. pergunto por que ele demorou tanto, por que nunca respondeu minhas cartas. e ele me chama para ouvir o mar, fazer qualquer outra coisa da ruína que não esse peso, essa pedra, cheia de perguntas. deixasse minhas perguntas pra pesquisa, ele mesmo não sabia o que responder, mesmo sendo também sertão. só não queria afirmar nada, disse roque, trazendo literaturas para ler em voz alta. eu devolvi uma miragem do porto. silenciosa. quase ausente. fiquei naquela beleza só, só vendo. queria mesmo era marambaia, desejava o sossego do amor, não o barco sem rumo. isso surpreendia roque, que achava que era meu escolhido. que desconhecia que vivia no acaso. e que eu tinha sim navegado também no corpo dele. também. mar da vida. aquele dicionário marítimo que fazia meu corpo girar. me fazia maior.

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