a moça se banha nas águas do rio, com uma nascente na barriga. vai levando a flor pela correnteza. e lá vou eu, junto, levando cinzas, abrindo caminho pro mundo, que é o meu lugar. não desendurecer a cada fraqueza, endurecer, endurecer, me clama, feito torcida, feito multidão de bloco, a juventude latinoamericana. uma força que vem sei lá de onde, do sertão, qualquer coisa que você, observador, não entenderá. nunca.

beijos de monja, observador, parti.  voei das historinhas. passou um vento forte e ginguei pra longe, pradianti. lá, uma água clara, viva, onde se vê os dedos do rio, as pedras curadas só do que fica no fluxo. espessuras. o gesto de delicadeza da moça conduzindo um rio de ilusões.
devolver as máscaras. sobressair um olhar fresco, refeito, rarefeito. seja como que for, assim, raro, precioso. pôr as angústias no pé, nos calos. sambar em cima. como louca até sorrir.
olhos nos olhos, observador, todo meu silêncio para sua marcação. nunca mais medo, nunca mais surdo.
nunca mais você, terceira pessoa no singular.
antes, este cardume polissêmico. coletivo, plural. gentes dentro das gentes. uma mocidade independente. latina, americana. sem receios, sem freios; sem varandas, sem privilégios. livre, leve, lavrada a alma para crescer madura, sem esse seu semblante verde, sem a sua estupidez.

beijo nos olhos, observador, não me liga. que a ferida, quase seca, magoou.

ooOOoOoOOOOOOOOooooooOOoOoOOOOOOOOoooo ooOOoOoOOOOOOOOoooo
soprO
jájá
vOu
voO
para lOnge


4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. você me estimula a esquizoescrever. criei um blog por cá: http://estruturaberta.blogspot.com.br/
    dentre a roletarussa de escritos, tem um que se identifica muito com esse aqui. ou não.

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    1. menino, só vi esse comentário agora, 4 de abril, acredita? vou lá espiar seu blog. meu beijo*

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    2. e que bom que se sai tiro, é assim: roletarussa de palavra. gratidão, querido. por esse ecoar.

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