beba água para não morrer, me disse minha mãe na última visita ao sanatório. beba das águas, filha, para sossegar o coração, lá fora. repuxe o músculo, ponha um curativo, rosa, este mundo lá de fora é enlouquecedor. minha mãe me dizia assim, expliquei a caoiá, que me olhava com certa devoção que tem às ciganas. eu disse sincera, quase calma, com o corpo todo com o peso que dá o pulso, o sangue bombeando. lembro de ogum e digo vida. foi isso. ele me interroga, como sempre faz, das histórias do sertão. prefere essas que as do mar. nego e digo que isso é uma eterna mania de meio com fim. esse que eu nego. o corpo está vibrante demais para produzir narrativa, dentro dos cômodos, por isso digo, bora logo, nego. pro sol.
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