logo logo que a gente muda, bem loguinho, é mais difícil. confortável é caber onde nos cabe. o desejo desenfreado, a vontade de consumar a qualquer custo. parar, se olhar, se ouvir requer entrega, um mínimo de compromisso. ouvir uma canção arranhar na gente. júlio segue me ensinando a duras penas suas curvas, suas reviravoltas. um estilhaço que ecoa dentro, ecoa fora. é um tempo de guerra, é um tempo sem sol. recobro finalmente alguma paz quando encontro qualquer coisa de força mesmo no enfraquecimento. e só por isso que consigo cá dizer.
é ver o quanto e até onde a gente pode. e gente pode muito, mas não pode tudo; nunca.

edith leu e disse que era uma borda da autoajuda que nem agradava o mercado nem se safaria de vender como literatura. que eu não tinha bordas. e que parasse de uma vez por todo de falar que a escrita tinha me curado, que escrever era oracular... daqui a pouco iram me tachar de haribol e haribol não vende nem faz história na literatura nacional. no máximo um hippie doidão posando de hipster, mas em londres, não na bahia. tentei convencer edith de que o aleatório ainda ia me levar longe. 

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