ela não quer que me entregue à completa procrastinação do drama. ela não quer isso. essa frase palavrão. então, eu me sentei porque ela fala do mar, dos corpos sutis, e entrei naquela sedução transcendental da imanência. fechei muito bem o quarto de hóspede até ficar muito escuro, muito confinado, somzinho tocando as quatros paredes. sento no chão para agarrar com as mãos as pontas do pé. para ser cobra.

seguro os passos
escovo os espinhos.
ouriço-me eu só

não me lembro quem, alguém já deve ter dito isso, em cada poema tem milágrimas. mil sais.

sinto bastante os pés no chão.

faço um esforço pra sentir que eu também estou ali, acontecendo, subterrânea.



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