caem-se os reis e de repente, devagarzinho, sai da anestesia o corpo.
estava tudo chuva, tudo nuvem outra vez.
mas um sorriso largo dentro da chuva.
um cansaço menino, é verdade, um cansaço, mas um inevitável seguir. eu tinha ido embora, tinha ido embora daquele lugar de paixão.
não doía mais sermos nós, não tinha nenhuma vontade de fazer acontecer.

aí apareceu xangai com seu sorriso branco no preto preto no branco, e me arrancou daquelas lamúrias de samba canção. daquele corpo lento e inerte. me fez seu chocalho, de suas mãos quentes, de seu cheiro de sexo. sua boca no meu sexo era qualquer coisa que me frequentava por dias.

eu era outra rosa na canção, eu era feliz e vibrante naquelas canções. as canções, sempre as canções.

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