o imaginário vasto e próprio criado sob um endereço eletrônico. meu deus, por que começou a ficar tudo tão difícil, blasé essa coisa toda de fingir que não usa o facebook, que não escuta a rede de recados? por que não tomar mais posição do que fingir que não fala? passa um segundo da minha frase e ela se torna totalmente absolutamente perecível. desacompanho o ritmo de caioá porque ele ficou longe, em outro tempo. de certa forma porque um dia ele morreu. alguém me perguntou se eu não escrevo sobre um monte de cadáveres. eu respondi, tempo, é o tempo que está depressa, fugidio. há uma luz muito amarela no novo birô de palavras e prefiro continuar com joni mitchell em outro volume, com menos clareamento. me espreguiço muito lânguida, muito alongada, que o observador, do outro lado da rede, se seduz. todo mundo pensa que estou sozinha mas tanta gente coabita. filmes velhos, muitos metros de fio. desligo toda e qualquer eletricidade. veja, não quero voar. deita deita deita. explosões intravenosas. confusões. eu não amo ninguém, moça. eu não amo ninguém.
mordo, engulo todos eles, devoradora. ficam aqui, correndo pelo sangue. fico aqui, morrendo pela boca. invenções.
esse rasgo, doutor, esse rasgo que não quer fechar.
dentro de mim.
deito o regador distante e vazio. não falo nada, nada. deixo seco o jardim de ilusões.
há formigas por toda parte.
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