se digo me emociona, que emoção é essa? beto me faz muitas perguntas que não sei responder, nos idos anos 2000. uma voz muito grave invade a casinha e ela me pergunta num guardanapo de papel tipo seda: há um elo entre o mundo real e aquele outro, onde só a gente sabe onde fica? há tempos. e as letras continuam fincadas nos papéis avulsos. e o sertão perdido dentro de mim. e os castelos todos ali, registrados, quase atemporais. palavras repetidas. nunca, nunca a vitória do risco, de certo que só tatuagens. complexo de lídia, uma doença dos olhos. Eu guardo papéis, confesso mesmo sabendo que Beto já sabe disso. ele sorri e toca sempre as mesmas músicas ao violão. repito porque sempre tive esse medo de perder por não saber da morte. detroit, 2004, tudo ali sempre se repetia. ele fecha o case enquanto somos expulsos de mais um café. seus olhos sempre me asseguravam, no final de toda noite: tudo bem. te sinto.
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