inspirada por liane heckert

ela convida a pesquisadora para sentar-se ali, no inatingível. 

uma descasca as unhas. duas brincam no vidro, prestes a ruir. a fragilidade com uma dureza tão fixa, sobe-desce, nunca sai disso, exceto quando para. por isso que parar é bom, pensa a pesquisadora. é frio aqui, penso quando estou no alto. gosto da pausa do alto. é a parte do jogo que me dá prazer, embora tão fugidio. sensações para sempre recortadas de um sobe-desce. cabem tantos tempos no inatingível. 


pode até haver explosões? duvido, respondi aquela que está sentada e desfolha o vermelho da unha que nem fosse uma casca que se formou na parede, e que a gente vai abrindo até virar um rombo. a bailaora avisa que é preciso a pausa para provocar a explosão. não há explosão sem pausa, me diz mistica e inexoravelmente. 


as duas deixam o brinquedo depois de achar um equilíbrio de pernas. arriscado, pergunta a pesquisadora com mania de palavra. não tenho medo de chão, responde com jogo de sobrancelhas a outra.  







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