a moça confirmou e eu disse, sim, é pela delicadeza que viemos. leve, assim, efêmeros, uma bolha de ar se fazendo no meio do céu, o reconhecimento do vento. leve. leve e não traga mais. que fique só o gosto da estrutura da bolha de sabão. que seja sempre permitido a metáfora. que tantas vezes não cabe em tempos de chumbo. que tantas vezes fica invisível e ploc, ploc na realidade do corpo, da vida, da morte, da tortura. 
fevereiro sempre chega intenso. e às vezes vem derrubando tudo, desastrado que é. 
estou perto de chegar outra vez. e depois ou quase agora chega o quando a hora da razão. tá perto ou já chegou?
desde quando ficou tudo tão?
desde quando ficou tudo tão, meus amigos? tão pela metade. 
mas eu queria dizer mesmo é isso. delicadeza. soprar o vento pra ele me levar. quis ir com ele para me esquecer do tempo, apressada que sou. fiz oferendas pedindo isso, que o amor fosse mais leve em nós. que a vida fosse mais voar do que esse ralar do asfalto. que eu tinha chorado muito pela morte de um irmão que nem aconteceu. e que agora era a vida, o amor a ela. 







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