abujamra sorria com os olhos. ele estourava morangos e me cravava os dentes. eu dizia baixinho ai, abu. porque ele me botava líquida e eu me derramava inteira. depois ele ia passando a língua e me recompondo, absorvendo. nunca imaginei que abu pudesse ir embora. como ele foi.
abu me ensinava da colheita, era um homem da terra. passávamos muito tempo conversando de frente para as mudinhas que cobriam o parapeito da sua janela. nunca imaginei que abu pudesse ir embora. como ele foi.
e foi com seu silêncio que aprendi a me calar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário