dramaturgiz

entro apaixonadamente no quintal. retiro o sapato, faço t-ocas. toco com minha palma da mão suja de giz cada uma delas. pulo que nem amarelinha. quintal-adrento-a-fora. depois desenho - demoradamente - uma janela tão grande que possa me caber. escrevo o princípio da janela.

a janela do armário.
eu vi aparecer ali do lado.
e sumi. que é assim que ficam os apaixonados. os corações vagabundos que tocam a madeira do armário todo riscado por ele.
risco um coração na árvore e escrevo
pela política da delicadeza,
uma poética
aos pés da árvore.

80 carnavais

um bloco-um-blogo-um-bló

e a outra moça o corpo-giz, e a outra moça uma pichadora, e mais outra, mais outra, uma desenhista, o pingo, a pigmento, um tatuador, uma professora de poema, o a(u)tor, mais outra, outro, uma poeta, duas, mais e mais e mais.

Saio da janela, desenho uma linha muito grande,;
depois borro com os pés.

desenrolo fios. faço linhas coloridas em mim. termino com o principio do corte. feito com um pouco de custo porque muito rabiscado.

o filho desenrola o novelo.

filho --------------fio condutor-------------------------------do-----------------------tempo.

desenho outro fio com os dizeres em letra muito cursiva, tão fio de cursiva.


escrevo o princípio da VOZ com um z muito vazado.
depois
MUDO CONVITE

e em seguida despejo uma sacola de giz.

desenho o princípio do acaso e paro. sento para observar. é a última frase.


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